segunda-feira, 27 de setembro de 2010

AMIGOS



Quem me conhece sabe da importância dos AMIGOS para mim.

Posso dizer que tenho bastantes, em vários pontos do país e do mundo, uns mais ausentes, outros mais presentes, mas todos amigos!

Existem amigos especiaas. Uns porque cresceram connosco e nos conhecem desde sempre, outros porque apareceram durante a nossa vida e se transformaram em essenciais, os que viveram connosco as maiores aventuras da vida, aqueles a quem contamos tudinho sem vergonha de nada, enfim....

Claro que existem também os que conhecemos desde sempre, que foram essencais, com que partilhamos as nossas maiores aventuras, que sempre souberam tudinho de nós (até os segredos mais bem guardados) e que de repente... puffff.... se desvaneçem no ar! Não é sobre este último tipo de amigos que vou falar, até porque esses me entristecem.

Vou falar de um amigo que casou este fim-de-semana e que me deu o privilégio de poder estar junto dele e do grupo restrito de convidados daquela festa. É em dias como este que me orgulho de ser quem sou, como sou, de dar tudo... Nem sempre corre bem, mas com este amigo só pode correr bem!!!

Eu e o maridão fomos à "diz que é uma espécie de despedida de solteiro" na véspera até às 3 da matina, fomos os primeiríssimos a chegar a casa do noivo, dos últimos a sair... e ainda passámos lá ontem para comer qualquer coisinha e para nos despedirmos.

Mas o que conta mesmo é a emoção!! Senti emoção ao ver o meu amigo casar, ao ver o brilho dos olhos dele, o sorriso feliz, a mãe (a minha querida Belita) radiante com a alegria do filho... Que felicidade que eu senti este sábado!!

É estranho... é como se fosse algo comigo!!! E na verdade talvez seja. PArece que ver um AMIGO feliz é tão bom como sermos nós próprios felizes.

Que pena que nem toda a gente pense assim, que nem toda a gente sinta assim.

O importante não é estar perto, viver perto, contactar todos os dias. O importante é guardarmos essas pessoas no coração com amor, com emoção, com carinho!!!!

Este fim-de-semana fui muito feliz!!! Casou o meu amigo NI... aquele que conheci por volta dos 17 anos de idade, que mora em Peniche, que diz que vem e não aparece, que aparece sem dizer que vem, que partilhou comigo muitos momentos de loucura (pura!!!), que sempre me ouviu, que sempre me animou, que sempre me divertiu... e que não sei bem em que ponto desta já longa viagem deixou de ser meu amigo e passou a ser meu IRMÃO!!!!


PS - Ainda bem que temos ao nosso lado as pessoas que temos, que entendem a nossa amizade, a nossa irmandade... sem stresses, desconfianças ou merdinhas!!!!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

E revoltada porquê????? Perguntam vocês????

Espreitem lá:

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=687

É justo não é????????????
Temos todos oportunidades iguais não temos??????????

PS

De Post Scriptum... entenda-se!!!
Só para dizer que... infelizmente... há quem trabalhe muito e nunca consiga viajar para lado nenhum!!!
E sim...estou revoltada com a sociedade, a crise, a política...

Depois desse dia: "Os dias!!!"




Depois desse dia vieram "Os dias!!!", que é como quem diz, a lua-de-mel, a concretização de um sonho!!!

Fomos para a Tailândia. 5 dias em Bangkok e 3 nas Ilhas Phi Phi.

Escusado será dizer que foi maravilhoso.

Bangkok é uma cidade maravilhosa e não nos arrependemos de prolongar mais a estadia por lá, cortanto um pouco nos dias de dolce fare niente. É que de facto aquela cidade é um mundo com muito para ver, para descobrir, para saborear...

Falar de Bangkok não é fácil... só vendo!! É um mundo de emoções.

Os monumentos são lindos e magestosos, a vida quotidiana é interessantíssima, a comida é um mundo por descobrir, os Tailandeses são super simpáticos... enfim... uma cultura completamente diferente da nossa que nós adorámos.

Depois os dias no resort das Phi Phi foram mais aquela verão do mar e céu azulinhos, piscina, cocktails, sol, jantarinhos romanticos...e por aí...

Foi a viagem de uma vida que eu amava repetir. Assim a vida nos permita!!! Haja trabalho e saúde!!! Sim.... porque há quem tenha que trabalhar muito para poder viajar!!!

10 de Julho de 2010: "O dia"



Os dias que antecederam o grande dia foram de loucos.

Na véspera à noite estava em casa, com algumas amigas, a acabar os missais!!!

"O dia" em si foi maravilhoso, se bem que passou a correr. Fiquei com a sensação de que não falei com ninguém, de que muita coisa me passou ao lado... mas parece que correu lindamente. Pelo menos os feedbacks foram bastante positivos.
Adorei ter os nossos amigos e família todos juntos num dia que foi tão especial. Fazia tudo de novo... só para ter toda a gente por perto outra vez!! Temos que planear por aí uma festa de 1 ano de casados ou qualquer coisa do género.
Queria agradecer a todos os que tiveram presentes, a todos os que fizeram d' "O dia" um dia tão especial e mágico... e acima de tudo... a todos os que o fizeram de coração!!

Decidi voltar...

Pois é... hoje tive saudades e decidi voltar.
Tive vontade de contar o que se passou entretanto, de falar dos problemas, das alegrias, das tristezas, da crise... enfim...de tudo.
O último post foi no dia 8 de Abril e entreanto nunca mais postei nada.
Foram os preparativos para o grande dia, o trabalho... enfim...
Mas estou de volta e vou contar como foi o grande dia e os que se seguiram.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A menina, a mulhar, a amiga...



Há uns anos (já nem sei quanros mas talvez uns 4) conheci uma menina que mal falava português. Era bonita, tinha um ar simpático e meio tímido, era da Jordânia e era a namorada do B., amigo de infância.

Essa Menina passou a Mulher e passou a Amiga. É uma pessoa de ideais, firme, forte, bonita!!

Já fala muito bem o Português, é inteligente, culta e esclarecida.

Não é perfeita, ninguém é... tem os seus defeitos e as suas teimosias... mas eu gosto dela!

Hoje fui surpreendida por uma entrevista no Jornal Público e acreditem que até me vieram as lágrimas aos olhos.

PARABÉNS AMIGA!!

Decerto haverá quem não concorda com ela, quem não acredita nos ideais dela, quem acredite em alguns e em outros não... mas uma coisa é certa: ela é GRANDE!!!


Fica aqui a o texto:

Shahd Wadi queria poder chamar feministas às palestinianas
Por Maria João Lopes

Estudou as mulheres palestinianas para se conhecer melhor a si própria e escreveu a primeira tese em Estudos Feministas feita em Portugal. Shahd Wadi anda à procura das suas raízes

Tinha 15 anos quando pisou o solo da Palestina pela primeira vez. Foi-lhe dada autorização para ir à Cisjordânia com os pais, exilados na Jordânia. Durante a visita, uma amiga apontou para uma montanha e disse-lhe que ali era a vila de onde os seus avós tinham sido obrigados a partir em 1948. Ainda levaram a chave de casa, acreditando que seria temporário. Estava tão próxima e não podia lá ir.

Foi assim que Shahd Wadi, hoje com 27 anos e a viver em Portugal, percebeu o que queria dizer "ocupação" e foi "naquele momento" que a Palestina se tornou o seu "projecto de vida".

Feminismos dos corpos ocupados: As mulheres palestinianas entre duas resistências é o título da tese de mestrado que Shahd Wadi defendeu a 25 de Janeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Teve 18 valores.

É a primeira tese em Estudos Feministas do país - apesar de existirem áreas semelhantes noutras faculdades, nenhuma adopta a designação "feministas".

Mas porquê este tema? Shahd Wadi vem de uma família que, nas suas palavras, foi "forçada ao exílio duas vezes".

"Antes da ocupação a minha família vivia numa vila nos territórios que foram ocupados em 1948, hoje Israel, e foram obrigados ao exílio para a Cisjordânia. O meu pai nasceu lá, numa tenda de refugiados, e, depois, foram obrigados ao exílio, uma vez mais, em 1967, para a Jordânia", conta.

Apesar de ter nascido no Egipto - a mãe é egípcia - e de ter vivido a maior parte do tempo na Jordânia, onde estudou Línguas, Shahd Wadi é também palestiniana.

Hoje vive em Portugal, onde está a fazer um estágio no gabinete de tradução e imprensa na Delegação-Geral da Palestina. Veio "por amor", casou-se com um português e mora em Lisboa há quase quatro anos.


Emancipação

Diz que anda à procura das suas raízes. Fá-lo-ia em qualquer ponto do mundo. Ser-se palestiniana é isso, explica: "A Palestina está em todo o lado. Como perdemos a terra, recuperámo-la em qualquer sítio."

Na Cisjordânia esteve apenas duas vezes e por "pequenos períodos". Ao irmão nunca foi dado o bilhete de identidade necessário e o resto da família, apesar de autorizada, não quis voltar lá sem ele.

A certa altura, Shahd Wadi decidiu conhecer aquela terra através das mulheres que a habitam. "Conhecê-las é conhecer-me a mim."

Agnóstica e interessada em estudos feministas, poderia estar mais longe dos estereótipos que diz existirem no Ocidente sobre as mulheres árabes? "Cá poucas pessoas conhecem as políticas, as escritoras, as pintoras...", afirma. Conhecem sobretudo, acrescenta, a refugiada em frente à tenda, a mãe com o vestido tradicional que, às vezes, chora, outras celebra a morte dos filhos, a lutadora com pedras, a bombista suicida, a oprimida, a revolucionária, a pobre, a terrorista. Representações que fazem parte de uma realidade bem mais complexa que é a Palestina e o conflito israelo-palestiniano, continua.

Quem são elas afinal? Esta foi a pergunta de Shahd Wadi, que ouviu muitas "estórias das mulheres palestinianas" contadas pela mãe, Sana"a Moharram, que trabalha na área da cultura da Organização de Libertação da Palestina (OLP). O pai, Farouq Wadi, é escritor.

Na sua tese, Wadi - que teve como orientadora Adriana Bebiano, investigadora do Centro de Estudos Sociais de Coimbra e uma das coordenadoras do mestrado e doutoramento em Estudos Feministas - situa-as no conflito, percebe que efeitos tem na vida delas. A conclusão a que chega é a de que, "apesar de viverem sob ocupação e numa sociedade sexista, há muitos sinais de um certo grau de emancipação política e cultural".

Com a ocupação, "as mulheres emergiram no espaço público". De todas as classes e idades, com ou sem consciência feminista: de políticas que organizaram congressos a camponesas que tiraram o véu e dividiram o trabalho com os homens.


Papel político

Muitas mulheres, conta, começaram a "participar activamente", de forma espontânea ou formal, no "movimento da resistência".

Há vários testemunhos citados na tese - retirados de jornais, livros, filmes -, como o de uma mulher que "foi aprisionada por ter contrabandeado cartas da OLP para o filho". Quando foi presa, afirmou não pertencer a "nenhum movimento político palestiniano", mas desde que lhe levaram o filho, arranjou o "passatempo" de "trabalhar para a revolução".

Shahd Wadi diz que as casas de muitas mulheres se tornaram "espaços públicos" e conta a história de uma mãe que disse não poder "ficar parada, com as mãos cruzadas, à espera" que o filho lhe desse uma tarefa. Quando o via em casa com colegas "a discutir coisas com a porta fechada" assumia a "função de vigiar". Era ela quem ia ao advogado e ao médico tratar dos assuntos do filho quando ele estava preso. Estivesse ele "fora ou dentro da prisão", ela, mesmo sem ser membro, sentia-se "recrutada" pelo partido "a que ele pertence". "As mães têm um papel político, para além do tradicional", explica.

Há ainda o relato de uma mulher que "enfrentou os soldados", depois de ter escondido o marido na cozinha, dizendo-lhe que "as mulheres aguentam mais do que os homens". Porém, muitas destas mulheres ainda recusam os "feminismos" por os associarem a "valores ocidentais inadequados".

Serão, afinal, "movimentos nacionalistas ou feministas?", pergunta-se Wadi, para quem não há uma luta ou outra, as duas são formas de "libertação" que existem lado a lado. Mas "podemos ter a coragem de lhes chamar movimentos feministas?", pergunta na sua tese. "Não sei se tenho coragem, mas gostaria de dizer: "Acho que sim.""